Who let the dogs out?
Comunicação

Who let the dogs out?


A Veja desta semana traz uma matéria sobre a crise dos jornais nos Estados Unidos, com destaque para aquele que talvez seja o maior símbolo da indústria do jornal impresso no mundo: o NYT (leia Inferno na torre do Times).

Já disse outras vezes, aqui e em outras paragens, que a real questão da crise dos impressos é como encontrar alternativas de negócios que possam financiar um jornalismo de qualidade, ou seja, o que interessa é salvar o bom jornalismo, não os jornais (apesar de nós, trintões, ainda sermos consumidores compulsivos de papéis e, por tabela, desalmados devastadores de florestas).

Pois uma alternativa interessante, lá nos Estados Unidos, foi mostrada esta semana por Mark Glaser, no Midia Shift, com um guia comentado de sites locais de Watchdog News (via Cyberjournalist.net).

Política
Watchdog, ou cão de guarda, designa repórteres investigativos que fazem o trabalho de fiscalizar os poderes, naquele modelo imortalizado por "Todos os Homens do Presidente" e que esta semana voltou em cartaz com State of Play.

Glazer analiza 15 sites que cobrem política, alguns sem fins lucrativos, outros bancados por doações de leitores (acreditem, isso existe, basta ver o quanto o Obama arrecadou assim em sua campanha), entre outras formas de financiamento.

O problema com esses sites, segundo ele, é que reproduzem os padrões noticiosos da mídia impressa, sem aproveitar os recursos da web, como mapas com base de dados. A maioria possui redação enxuta de até cinco repórteres fixos e uma rede de freelas.

Escândalo
No Brasil, nossos "watchdogs" estão à solta, em uma semana em que o noticiário político foi praticamente dominado pelas mordomias e irregularidades do Congresso, merecendo, inclusive, capas de duas revistas semanais, a Veja e a Isto É.

A cobertura, que revela o que o jornalismo tem de melhor, foi encampada pelos jornais impressos, pelo menos pelos dois que leio com mais frequência, a Folha e o Estadão.

Os jornais daqui ainda gozam de boa saúde financeira e é difícil imaginar uma cobertura como essa sendo feita na internet, pois não temos nada parecido com os sites de "watchdog news" (o mais próximo, que me vem à cabeça, são o Congresso Em Foco e o projeto Transparência Brasil, mas são propostas diferentes).

Se a crise dos impressos bater por aqui, quem adotará nossos "watchdogs"?


Foto: via Fickr.



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