Comunicação
O Bom Dia, de Bauru (SP), anunciou hoje a criação de um conselho eleitoral formado por nove pessoas sem ligações com partidos políticos (veja lista) para participar da cobertura das eleições deste ano e observar o noticiário, atuando como uma espécie de ombudsmam coletivo. Segundo o jornal, que já possui um conselho de eleitores, as atribuições do novo conselho são:
Neste sentido, o modelo de comunicação pluralista das mídias digitais, se bem empregado, seria uma ferramenta de diálogo entre o jornal e seu leitor. Atualmente, não é. Fóruns, enquetes e outros recursos ainda carecem de um foco mais objetivo e apenas disfarçam, sob o rótulo de web 2.0, a comunicação em via de mão única. Um exemplo de bom uso destas farramentas é o debate promovido em 2007 pela CNN em que eleitores usaram o YouTube para fazer perguntas aos candidatos.
Ombudsmam
Em geral, os jornais ainda são pouco atentos a autocrítica e, consequentemente, ao compromisso com a qualidade. Entusiasmados com estatísticas favoráveis no Brasil, parecem pouco preocupados com as mudanças provocadas pelas internet e o novo perfil da audiência.
Hoje, a Folha apresentou seu novo ombudsmam. Carlos Eduardo Lins da Silva vai assumir a função no próximo dia 22 no lugar de Mário Magalhães, que deixou o cargo por não concordar com o fim da divulgação da coluna diária na web.
A página do ombudsmam também foi reformulada e o banco de dados das colunas diárias do antigo sumiram. A Folha alega questões estratégicas para bloquear o acesso aos comentários internos. Quem perde com isso, como sempre, é o leitor.
Mas é digno de reconhecimento o pioneirismo do jornal. Além da Folha, apenas O Povo, de Fortaleza (CE), mantém a atividade regularmente no Brasil, segundo registro na ONO (Organization of News Ombudsmen).
Ou seja, apenas dois em 532 jornais diários em circulação até 2006 (dados da Associação Nacional de Jornais) contam com a figura do ombudsmam. Isso sem contar jornais semanais ou com outras periodicidades.
Imprensa e democracia
A instituição de um conselho eleitoral pelo Bom Dia, assim como a observância transparente da função de ombudsmam, fazem parte de um tipo de jornalismo que devemos preservar e aprimorar, caso haja interesse em refinar a sociedade democrática.
Estou convicto de que cidades em que o jornalismo exerce seu papel crítico e goza de credibilidade junto aos leitores contam com uma vantagem difícil de ser mensurada em pesquisas.
Ganham as empresas jornalísticas, que consolidam sua marca e obtém retorno financeiro, a política local, que depura seus atos mediante a imprensa como órgão fiscalizador, e a sociedade, com os resultados de uma administração mais eficiente.
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Comunicação
Jornal Bom Dia cria conselho eleitoral para fiscalizar cobertura
O Bom Dia, de Bauru (SP), anunciou hoje a criação de um conselho eleitoral formado por nove pessoas sem ligações com partidos políticos (veja lista) para participar da cobertura das eleições deste ano e observar o noticiário, atuando como uma espécie de ombudsmam coletivo. Segundo o jornal, que já possui um conselho de eleitores, as atribuições do novo conselho são:- Propor temas e discussões para a cobertura feita pelo jornal.
- Reunir-se periodicamente para avaliar os rumos da campanha.
- Analisar o desempenho do jornal durante a cobertura.
- Acompanhar a postura ética dos candidatos.
- Eleger os assuntos mais importantes do dia-a-dia eleitoral.
- Sugerir iniciativas para que o jornal colabore com o processo eleitoral.
- Cobrar jornal e candidatos com base em suas próprias propostas.
Neste sentido, o modelo de comunicação pluralista das mídias digitais, se bem empregado, seria uma ferramenta de diálogo entre o jornal e seu leitor. Atualmente, não é. Fóruns, enquetes e outros recursos ainda carecem de um foco mais objetivo e apenas disfarçam, sob o rótulo de web 2.0, a comunicação em via de mão única. Um exemplo de bom uso destas farramentas é o debate promovido em 2007 pela CNN em que eleitores usaram o YouTube para fazer perguntas aos candidatos.
Ombudsmam
Em geral, os jornais ainda são pouco atentos a autocrítica e, consequentemente, ao compromisso com a qualidade. Entusiasmados com estatísticas favoráveis no Brasil, parecem pouco preocupados com as mudanças provocadas pelas internet e o novo perfil da audiência.
Hoje, a Folha apresentou seu novo ombudsmam. Carlos Eduardo Lins da Silva vai assumir a função no próximo dia 22 no lugar de Mário Magalhães, que deixou o cargo por não concordar com o fim da divulgação da coluna diária na web.
A página do ombudsmam também foi reformulada e o banco de dados das colunas diárias do antigo sumiram. A Folha alega questões estratégicas para bloquear o acesso aos comentários internos. Quem perde com isso, como sempre, é o leitor.
Mas é digno de reconhecimento o pioneirismo do jornal. Além da Folha, apenas O Povo, de Fortaleza (CE), mantém a atividade regularmente no Brasil, segundo registro na ONO (Organization of News Ombudsmen).
Ou seja, apenas dois em 532 jornais diários em circulação até 2006 (dados da Associação Nacional de Jornais) contam com a figura do ombudsmam. Isso sem contar jornais semanais ou com outras periodicidades.
Imprensa e democracia
A instituição de um conselho eleitoral pelo Bom Dia, assim como a observância transparente da função de ombudsmam, fazem parte de um tipo de jornalismo que devemos preservar e aprimorar, caso haja interesse em refinar a sociedade democrática.
Estou convicto de que cidades em que o jornalismo exerce seu papel crítico e goza de credibilidade junto aos leitores contam com uma vantagem difícil de ser mensurada em pesquisas.
Ganham as empresas jornalísticas, que consolidam sua marca e obtém retorno financeiro, a política local, que depura seus atos mediante a imprensa como órgão fiscalizador, e a sociedade, com os resultados de uma administração mais eficiente.
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