Comunicação
Nos caps 3 e 4 de Vida de Escritor, Gay Talese descreve seu método antiquado, pouco produtivo mas eficiente de trabalho. Consiste em burilar frases e parágrafos em um bloco de notas de folhas amarelas pautadas e depois datilografar, para correções intermináveis. (Borges dizia que publicava seus livros para dar cabo desse transtorno.)
O jornalista desistiu de acompanhar o ritmo de desatualização dos computadores, aos quais nunca se adaptou muito bem.(O Macintosh IIci que sobrevive em seu escritório não vai além da função de uma máquina de escrever.)
Tempo perdido
A escrita, porém, é uma etapa do processo. Ela é precedida pela pesquisa. Gastos de tempo e dinheiro com entrevistas, a maioria das quais pouco se aproveita. Alguns entrevistados precisam ser convencidos a falar e, depois de quilômetros percorridos, despesas com transporte e hospedagens, 80% do resultado obtido termina no cesto de lixo.
E com isso leva até mais de dez anos para concluir uma obra.
Foto: Flickr.
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"Tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que existe vida (ou algo parecido) depois da vida. A má é que Jean-Claude Vileneuve é necrófilo."Uma narrativa que começa assim nos promete, logo de cara, duas coisas: que a estória será bem contada e...
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Concisão e objetividade. Ser conciso é escrever o essencial. Isso e nada mais do que isso. É o ofício da síntese que, por excelência, exercem os poetas. Resumir idéias complexas em pouco espaço. Escolher a palavra exata, precisa. Por objetividade...
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Soube hoje à tarde da morte de um tio muito querido, Luiz Alberto Silveira. Para mim sempre foi Tio Luiz, desde quando eu me conheço por gente. Desde quando ele me perguntava para qual time eu torcia, não para confirmar que era o time da família,...
Comunicação
Questão de método
Nos caps 3 e 4 de Vida de Escritor, Gay Talese descreve seu método antiquado, pouco produtivo mas eficiente de trabalho. Consiste em burilar frases e parágrafos em um bloco de notas de folhas amarelas pautadas e depois datilografar, para correções intermináveis. (Borges dizia que publicava seus livros para dar cabo desse transtorno.)O jornalista desistiu de acompanhar o ritmo de desatualização dos computadores, aos quais nunca se adaptou muito bem.(O Macintosh IIci que sobrevive em seu escritório não vai além da função de uma máquina de escrever.)
Tempo perdido
A escrita, porém, é uma etapa do processo. Ela é precedida pela pesquisa. Gastos de tempo e dinheiro com entrevistas, a maioria das quais pouco se aproveita. Alguns entrevistados precisam ser convencidos a falar e, depois de quilômetros percorridos, despesas com transporte e hospedagens, 80% do resultado obtido termina no cesto de lixo.
E com isso leva até mais de dez anos para concluir uma obra.
(...) é importante reconhecer que durante os quarenta anos de minha carreira como escritor-pesquisador eu investi pesadamente na perda de tempo." (p. 59).
***
O tempo de maturação que as coisas pedem nos conduz, por vezes, a erros, frustrações e becos sem saída. Bons trabalhos são resultados de insistência, paciência e teimosia. Há um limite biológico e físico, uma espécie de velocidade de escape que nossa cabeça iluminista não consegue atingir para romper a estratosfera de Gutemberg.Foto: Flickr.
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- Sobre Este Ofício Do Jornalismo
A julgar pela pré-publicação que o Público faz hoje, Os Cínicos não Servem para Este Ofício, do escritor e jornalista polaco Ryszard Kapuscinski, é um livro indispensável a jornalistas, académicos e estudantes de jornalismo. O livro é baseado...
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"Tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que existe vida (ou algo parecido) depois da vida. A má é que Jean-Claude Vileneuve é necrófilo."Uma narrativa que começa assim nos promete, logo de cara, duas coisas: que a estória será bem contada e...
- O Que A Literatura Tem A Ensinar Ao Jornalismo
Concisão e objetividade. Ser conciso é escrever o essencial. Isso e nada mais do que isso. É o ofício da síntese que, por excelência, exercem os poetas. Resumir idéias complexas em pouco espaço. Escolher a palavra exata, precisa. Por objetividade...
- Luto
Soube hoje à tarde da morte de um tio muito querido, Luiz Alberto Silveira. Para mim sempre foi Tio Luiz, desde quando eu me conheço por gente. Desde quando ele me perguntava para qual time eu torcia, não para confirmar que era o time da família,...