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Soube hoje à tarde da morte de um tio muito querido, Luiz Alberto Silveira. Para mim sempre foi Tio Luiz, desde quando eu me conheço por gente. Desde quando ele me perguntava para qual time eu torcia, não para confirmar que era o time da família, mas para me ouvir falar GRAMIO - até por volta dos 7 anos e idade eu trocava o "E" pelo "A", o que fazia a alegria dos mais velhos. Depois dessa primeira infância, foi uma influência que me acompanhou pela vida inteira: leitor voraz, tirando um lapso de duas décadas, sempre foi de esquerda, ateu, o Tio Luiz sempre foi um interlocutor e um exemplo.

Ele teve uma trajetória de vida muito interessante: foi comunista durante toda a juventude, mas já adulto se converteu às Testemunhas de Jeová. Lá ficou por cerca de duas décadas, até que, com quase 60 anos de idade, deu outra reviravolta, rompeu com Jeová e as suas testemunhas e se afastou de qualquer ideia teísta. Voltou a ser ateu. Teve a coragem de mudar o rumo do barco quando se viu descontente com ele. Fui Testemunha de Jeová por influência do Tio. Saí muito antes do que ele, mas a principal lição que ficou disso foi descobrir, por volta dos 14, 15 anos de idade, que eu gostava de escrever, o que no futuro me levaria a ser jornalista.

O Tio Luiz aparece numa homenagem que eu faço no começo do livro "Imprensa e política - o caso Belinati", minha dissertação de mestrado. Ele e meu avô, o Velho Laudelino (figura que, segundo dizem os mais antigos, tinha um estilo de escrever muito próximo ao meu, apesar de eu sequer ter conhecido o vô Laudelino, que morreu 13 anos antes de eu nascer.

Há alguns anos, comentei com o Tio Luiz que eu estava começando a ler "O Tempo e o Vento". Ele re-re-comendou a leitura, que ele estava acabando de fazer pela quinta vez, naquela época. Trocamos ainda alguns e-mails comentando a leitura.

Com o Tio Luiz, morre uma parte importante da minha vida afetiva. Quer dizer, morre nada, a memória fica. Além de ser uma parte afetiva, ele influenciou muito a minha vida intelectual. Estava internado desde o começo do mês, com vários problemas de saúde. Os rins não funcionavam e o corpo não aguentou.

Se eu tivesse a oportunidade de falar com o Tio pela última vez, eu diria: obrigado por tudo. Simples assim.



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