Comunicação
Muito além do repórter policial
O L.A. Times, um dos principais jornais do EUA, inovou na cobertura policial com o emprego de base de dados e
Google Earth para construir um mapa interativo dos homicídios ocorridos na cidade desde o começo do ano.
O projeto estreou no último dia 10 e consiste em uma interface visual e interativa do blog Homicide Report (algo como Notícias de Homicídios), da repórter policial
Jill Leovy.
Isso mesmo! Um blog atualizado semanalmente com o objetivo de fazer a crônica de cada assassinato ocorrido em LA desde o começo do ano, dando um rosto e uma história ao números frios das estatísticas policiais (foram 515 mortes até a semana passada).
A intenção do Homicide Report, segundo a própria jornalista, é dar visibilidade a homicídios que frequentemente são ignorados pelo noticiário e desconhecidos pelo público. A própria polícia não tinha a rotina de passar esses dados à imprensa.
Mapa
A idéia do mapa partiu de um leitor, o professor e neurocientista da USC (University of SouthernCalifornia), Michael Quick. O mapa é alimentado com dados oficiais e da reportagem. Clicando nos pontos marcados, pode-se ver a foto com dados da vítima e um link para a postagem do blog referente àquele assassinato.
Na busca, o usuário pode fazer uma pesquisa por nome, local - incluindo homicídios ocorridos próximos de um endereço ou código postal - e data, além de filtros para idade, raça, gênero e causa da morte.
Raio XOs dados permitem traçar um perfil das vítimas - negras e latinas em sua maioria - e das mortes, que ocorrem no verão e nos finais de semana, por tiros e apenas 5% dentro de residências.
Penso em como a publicação do banco de dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a partir de 95, ajudou a mudar o perfil do repórter policial, que passou a trabalhar com mais precisão e objetividade, pensando menos em sangue e mais em políticas de segurança pública. Mas, por outro lado, que fireza e chatisse tantos números e porcentagens! A LA Times mostrou que, com pouco investimento e muita criatividade e boa vontade, a cobertura policial pode ser renovada. O leitor agradece.
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