Razões da política e do jornalismo
Comunicação

Razões da política e do jornalismo


A internet facilita o trabalho do jornalista, sobretudo em um dos momentos em que este se faz mais necessário: nas eleições.

Seja no uso de banco de dados para acesso a informações sobre políticos, em recursos para edição de material noticioso ou ferramentas interativas que aproximam (e) leitor de candidatos e repórteres, nunca os meios de comunicação se mostraram tão favoráveis à sedimentação da democracia.

Porém, este é somente um lado da história. Não é difícil encontrar, no Brasil, "feudos" em que a pobreza e a dificuldade de acesso a tecnologias básicas, como o alfabeto, fomentam a política voltada a interesses minoritários, muitas vezes com conivência ou apoio explícito de jornalistas.

Ao cidadão comum, imerso em suas ocupações diárias, não se espera que cumpra tarefas que cabem a bons repórteres: analisar a urgência e viabilidade de propostas dos candidatos, antes das eleições, e, depois, acompanhar a gestão dos eleitos, com imparcialidade e postura crítica.

Jornais que exploram a médio e longo prazo os benefícios financeiros da credibilidade, sabem valorizar a ética e a competência deste profissional.

Do jornal às urnas
Mas, e a outra ponta do processo de comunicação? Como o público recebe as noticias e, mais importante, como as matérias influenciam o (e) leitor nas urnas?

Décadas de mass communication research apenas concluíram que os efeitos são muito mais relativos do que o senso comum poderia supor.

Quanto a isto, não tenho muitas ilusões. Creio que o espetáculo eleitoral evidencia, em seu resultado prático, muito mais um consenso de ordem emocional (e instintiva) do que reflexiva; muito mais o interesse imediato e particular do eleitorado do que ideais de democracia. Séculos de razão iluminista, arrogante e atrevida, pouco podem fazer contra esta realidade.

Futuro do jornalismo
É prematuro afirmar se as novas tecnoculturas, da qual a internet é uma parte mais evidente, irão "shapear" redes neuronais mais ou menos analíticas. Em outras palavras, ainda é cedo para obtermos dados empíricos que comprovem as teses de que a internet nos torna mais ou menos inteligentes. É possível que o próprio conceito de inteligência se torne obsoleto.

Em tempos de incertezas, recomenda-se ouvir os mais experientes, que falam em preservar os princípios do jornalismo. Preservar, talvez aprimorar.



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