OS PROBLEMAS DA COLEÇÃO
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OS PROBLEMAS DA COLEÇÃO


Para fazer uma das reportagens sobre esses livros didáticos para o JL, eu tive acesso e li os cinco livros da coleção “Vivenciando a cultura afro-brasileira e indígena”. O material, que é apontado pelo Fórum das Entidades Negras de Londrina (Fenel) como reforçador de preconceitos contra os afro-descendentes, tem vários outros problemas. Os erros de gramática e ortografia prejudicam um material que já é ruim e mal editado.

Veja alguns desses problemas

Na página 11 do livro do 2º ano, a colocação indevida de uma crase mudou o sentido da frase “os índios foram às primeiras pessoas a habitar o Brasil”. Com a crase, a frase diz que os índios foram “até” as primeiras pessoas, em vez de serem os primeiros habitantes do país. Em outras partes, frases infelizes confundem a boa intenção dos autores. A legenda de uma foto da página 19 do mesmo livro é um exemplo: “criança africana é como toda criança do mundo”, diz o texto.

Na página 38 do 3º livro, o censo demográfico é grafado com “s”: “senso”. Na página 92 do 4º livro, um erro conceitual. Num item dedicado a “personalidades que lutaram e lutam pelas causas dos afrodescendentes e indígenas”, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, é apontado como uma dessas personalidades. Mandela nasceu na África do Sul, o que o coloca fora do conceito de afrodescendente, no qual se encaixam pessoas que nasceram descendem de africanos, mas nasceram fora do continente.

Na página 78 do 5º livro, uma frase que irritou o movimento negro de Londrina: o material descreve o movimento como “racista”. Logo em seguida, num “histórico”, diz que a luta contra a escravidão, com “fugas e insurreições”, “além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violenta repressão”. Na página 48 do mesmo volume, os autores afirmam que os movimentos sociais “existem para organizar populações pobres e reivindicar algum direito ou recurso”.

Outro problema da coleção é que as referências bibliográficas são, na sua grande maioria, a internet, em sites como a Wikipédia (uma enciclopédia com a qual qualquer pessoa contribuir, o que aumenta o risco de informações incorretas) e blogs, que são sites que têm caráter pessoal.



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