OPINIÃO BAIXO CLERO - DEPOIS DA DITADURA, MILITARES DEIXARAM A POLÍTICA
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OPINIÃO BAIXO CLERO - DEPOIS DA DITADURA, MILITARES DEIXARAM A POLÍTICA



Há 49 anos, com apoio de setores conservadores da Igreja, da imprensa de um modo geral e de setores da economia, os militares davam um golpe de Estado, o último da história recente do país. Em que pese o 31 de março ser considerado a data “oficial” do golpe, no primeiro livro da trilogia “As ilusões armadas” (A ditadura envergonhada), o jornalista Élio Gaspari mostra que o golpe vingou mesmo foi em 1º de abril.

A deposição do presidente constitucional João Goulart – cujo “dispositivo militar” se mostrou um grande mico – deu início a uma ditadura militar que durou 21 anos. Depois da fase “envergonhada” (sempre citando a terminologia de Gaspari), veio a fase “escandarada” (pós-AI-5) e finalmente a “ditadura derrotada” nas urnas na eleição de 1974, mesmo numa campanha eleitoral na qual era proibido discutir política. Depois disso, a reabertura, ainda que “lenta, gradual e segura”, como queriam os militares, foi inevitável.

Para o brasilianista Thomas Skidmore, a diferença deste de 1964 para os golpes de Estado praticados pelos militares brasileiros desde a Proclamação da República é que dessa feita, em vez de passar o poder para alguém, os militares assumiram o poder – na opinião de Skidmore os militares sempre foram os árbitros das grandes questões nacionais até então. Deu no que deu.

Ao que parece, a experiência negativa dos 21 anos de ditadura militar deixou lições. Desde que deixaram o governo, com a derrota de Paulo Maluf para Tancredo Neves no colégio eleitoral, os militares deixaram de atuar como árbitros das grandes questões nacionais. E momentos de graves crises políticas não faltaram, desde a posse de José Sarney – quando Tancredo adoeceu e depois morreu –, passando pelo impeachment de Fernando Collor de Mello e a crise do mensalão, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A boa notícia é que desde que a ditadura militar chegou ao fim, o Brasil começou a viver o maior período de vida democrática de sua história – nem no Império, nem no período da chamada “República populista” (1946-1964) o país viveu em condições tão amplas de liberdade quanto agora. Há ainda muito a ser feito em termos de direitos humanos, há muito avançar no sentido de reduzir as desigualdades sociais, mas o fato é que o país avançou. Não há, nem houve nesse período uma ameaça real à democracia. O que há é muita gente vendo fantasmas onde eles não existem.



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