Comunicação
É a linguagem, estúpido! #2
Alertado pelo compadre Abs Moraes, fui ler o texto de Steven Grant em Permanent Damages. O que o autor escreve vai ao encontro do que teorizamos e confabulamos sobre arte. Com a vantagem de SG expor de forma clara, indo direto ao ponto.
SG fala sobre HQs, mas vale para qualquer outra produção artística -- cinema, música, literatura, etc. São dois pontos principais:
- Experiência: O que uma arte proporciona (mídia de modo geral, mas vamos com calma) são experiências sensórias e cognitivas. É nessa capacidade de provocar efeitos que ampliem e refinem nossa percepção da realidade que reside o potencial criativo e inovador de uma obra. Diz SG:
Grandes quadrinhos, os quadrinhos realmente grandes, não contam simplesmente bem uma história. Quadrinhos realmente grandes proporcionam uma experiência para o leitor e, preferivelmente, uma experiência que ele não teria em nenhum outro lugar.
- Linguagem: O elemento que provoca essa experiência é a linguagem, a forma, ou, como diz SG, a narrativa:
Narrativa em quadrinhos não é entendida muito bem. Na maioria das HQs, a narrativa vai do minimalismo ao mecânico, sendo a última o modo dominante nas HQs "comerciais", e a primeira, dominante nas HQs de "arte". Narrativa não é exatamente história, não é o plot. Não é exatamente contar uma história. É a maneira como a voz autoral -- em quadrinhos, isso significa ambos, escritor e artista -- interage com a audiência e guia sua percepção do trabalho.
Não é, portanto, a história em si, mas COMO você conta a história, manipulando a linguagem. Você só pode proporcionar experiências inovadoras (imersivas, segundo o autor) ao seu público se jogar com a estrutura. Isso não quer dizer que boa história e desenhos competentes sejam irrelevantes, mas que não são o bastante.
Troquem de pele!
loading...
-
A 'videoblogosfera'
A onda dos videoblogues começa a ganhar dimensão e parece ter um potencial altamente promissor. O conceito do vlogue é muito simples: em vez de posts de texto, o videobloguista exibe excertos de vídeo. Na revista Wired (dica do Ponto Media), pode...
-
Poder Das Narrativas
Junot Diaz (um de meus melhores achados no finado ano) faz uma análise interessante do primeiro ano de Obama na Casa Branca em One Year: Storyteller-in-Chief, publicado hoje na New Yorker. Ele começa o texto dizendo que uma das prerrogativas de um presidente...
-
O Que A Literatura Tem A Ensinar Ao Jornalismo
Concisão e objetividade. Ser conciso é escrever o essencial. Isso e nada mais do que isso. É o ofício da síntese que, por excelência, exercem os poetas. Resumir idéias complexas em pouco espaço. Escolher a palavra exata, precisa. Por objetividade...
-
O BACOLEJO DAS NARRATIVAS
Reportagem do crítico Xico Sá na Folha deste sábado começa assim: "O leso, além de cibito, era um lopreu, abirobado, cheio de munganga. Entrou abaixadinho na fubuia e por uma peinha de nada, um culhonésimo, não fez...
-
Livro "bh Nas Ruas"
Já está disponível o livro “#BHNASRUAS: uma experiência de cobertura colaborativa”, que registra a experiência de um grupo de alunos de Comunicação da UFMG durante a cobertura das manifestações de junho de 2013. O livro foi escrito por 15...
Comunicação