É a linguagem, estúpido! #2
Comunicação

É a linguagem, estúpido! #2


Alertado pelo compadre Abs Moraes, fui ler o texto de Steven Grant em Permanent Damages. O que o autor escreve vai ao encontro do que teorizamos e confabulamos sobre arte. Com a vantagem de SG expor de forma clara, indo direto ao ponto.

SG fala sobre HQs, mas vale para qualquer outra produção artística -- cinema, música, literatura, etc. São dois pontos principais:
Grandes quadrinhos, os quadrinhos realmente grandes, não contam simplesmente bem uma história. Quadrinhos realmente grandes proporcionam uma experiência para o leitor e, preferivelmente, uma experiência que ele não teria em nenhum outro lugar.
Narrativa em quadrinhos não é entendida muito bem. Na maioria das HQs, a narrativa vai do minimalismo ao mecânico, sendo a última o modo dominante nas HQs "comerciais", e a primeira, dominante nas HQs de "arte". Narrativa não é exatamente história, não é o plot. Não é exatamente contar uma história. É a maneira como a voz autoral -- em quadrinhos, isso significa ambos, escritor e artista -- interage com a audiência e guia sua percepção do trabalho.
Não é, portanto, a história em si, mas COMO você conta a história, manipulando a linguagem. Você só pode proporcionar experiências inovadoras (imersivas, segundo o autor) ao seu público se jogar com a estrutura. Isso não quer dizer que boa história e desenhos competentes sejam irrelevantes, mas que não são o bastante.

Troquem de pele!



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