A VIAGEM REDONDA
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A VIAGEM REDONDA


A repetição de escândalos de corrupção na história do Brasil faz com que o país se arraste numa “viagem redonda”, tendendo a reproduzir “sempre as práticas autoritárias, de um direcionamento do Estado que favorece determinados interesses”. É usando o conceito construído por Raymundo Faoro no livro “Os donos do poder”, lançado em 1958 e considerado um dos clássicos do pensamento político brasileiro, que a socióloga Maria José Rezende, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) analisa a recorrência dos escândalos de corrupção no país, sem que se virar essa página. Para ela, a sociedade reforça procedimentos e práticas culturais e institucionais excludentes, que resultam na concentração do poder e favorecem a corrupção.

“A corrupção é resultado de uma dificuldade que temos no Brasil que é a distribuição de poder”, avalia Maria José Rezende. Ela entende que os procedimentos políticos no país fortalecem e potencializam essa “recorrência de processos de corrupção”. “Recentemente na história política brasileira, tem caído um pouco o mito de que a corrupção era algo que era isolada nos procedimentos públicos, no Estado. Porque está se revelando que na verdade não há corrupção, senão através de uma aliança que se dá entre os setores público e privado”, acentua a professora.

O resultado é que isso reforça uma cultura política de que “não há mais como de fato combater a corrupção de forma política”, o que “introjeta nos indivíduos a ideia de que não há mais o que fazer”. “Ou seja, estaria quase que tudo perdido e isso há de se repetir ad eternamente”, assinala Maria José Rezende. “O procedimento reforça o entendimento e o entendimento reforça o procedimento”, completa a professora.

“Estaríamos dentro de um contexto que o Raymundo Faoro dizia que aqui a viagem é redonda, tendemos a reproduzir sempre as práticas autoritárias, de um direcionamento do Estado que favorece determinados interesses”, concluiu. Com a continuidade da viagem redonda, dificilmente a corrupção será uma página virada na vida política brasileira.



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