Uma nova bandeira no Grande Porto
Comunicação

Uma nova bandeira no Grande Porto


Mais um jornal a nascer em conjuntura de crise na imprensa. O Grande Porto sai hoje, pela primeira vez, para as bancas. Ao contrário do "i", também do grupo Lena, este semanário já se parece, fisicamente, com um jornal. E vem, espera-se, colmatar uma falha grave da imprensa generalista nacional, quer a diária, quer a semanal, que se tem portado bastante mal em relação aqui à província.

  • Primeira nota, positiva, para o grafismo: simples e claro. Utilização equilibrada de fotos e cores nas páginas.
  • Apesar de se posicionar como semanário para o Grande Porto, o jornal apresenta uma variedade temática interessante, que vai dos negócios à cultura, passando pelos automóveis e pelas ciências.
  • Nota menos positiva, nas páginas de opinião: o jornal surge logo como bandeira de uma causa, a da regionalização. Tem todo o direito de o fazer, é claro. Faz melhor ainda em assumi-la no Estatuto Editorial. Mas não deixa de ser um rótulo, digamos, pouco jornalístico (isto é muito discutível, eu sei).
  • No primeiro número, há demasiadas assinaturas repetidas nas peças. O que parece indicar que a equipa, constituída por apenas 12 jornalistas, será pequena para tanta página (64 ao todo). O preço a pagar por isto é conhecido. A quantidade é inimiga da qualidade. A nossa imprensa diária generalista, pródiga a chutar notícias requentadas para a frente e em força, que o diga.
  • Uma pergunta: haverá espaço neste novo semanário para (perdoe-se-me o uso desta palavra terrível) investigação? Ou vamos ter os temas de sempre, as rubricas de sempre, as caras de sempre? (Claro, o Pedro Abrunhosa lá está no primeiro número). É que os temas deste primeiro número ganham na proximidade, mas são muito suaves, a começar pela manchete: "Vinho do Porto perde 20 mil pipas".
  • O maior erro que o Grande Porto poderia cometer era transformar-se numa espécie de afago de ego às gentes do norte. Faço votos para que não caia nessa "bandeira" e que dê a prioridade máxima (possível) a um jornalismo isento e profissional. O que, nos dias que correm, já não é pedir pouco.



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