Comunicação
Redações: integração sem choques

A pesquisa Newsroom Barometer 2008, divulgada recentemente, apontou que
86% dos editores norte-americanos e europeus entrevistados apostam na integração das redações impressa e on-line como a melhor maneira de garantir a sobrevivência financeira dos jornais.
Um exemplo de obstáculo na implantação de uma redação multimídia -a exemplo do britânico Daily Telegraph (foto)- é o seguinte: tenho um "furo" de reportagem; publico no site e furo o próprio jornal ou espero para "manchetar" amanhã? Pois mostrar que não há competição entre equipes é justamente um dos objetivos do modelo de integração gradual dos jornais.
É este o assunto do post do The Editors Weblog, na semana passada, com
Jim Roberts, editor de notícias digitais do New York Times. Roberts conta como o jornal, considerado o mais influente no mundo, implanta gradualmente, nos último três anos, a integração de suas redações.
Se depender do Times, esse hibridismo tem prazo de validade. Ele é apenas uma etapa do processo de extinção do papel e seus altos custos para a empresa.
A estratégia é reveladora em relação ao que o
RP vem afirmando a respeito do fenômeno de
convergência, um fato mais cultural do que tecnológico, isto é, que tem a ver mais com mudança de hábitos. É o que fica claro nas seguintes medidas implantadas no NYT, segundo o editor:
- Criação do continuous news desk, para que os repórteres das sucursais publiquem notícias em plataformas on-line, de modo a serem lidas instantaneamente pelos editores (algo que você pode fazer, em menor escala, com um Google Docs, por exemplo).
- Inauguração de uma editoria de multimídia, para estimular a colaboração entre impresso e on-line: uma matéria do jornal ganha vida com áudio, vídeo e infográficos, além de resolver os limites de espaço nos jornais para incluir documentos e material adicional.
- Convencer os repórteres que ferramentas da web ajudam a contar melhor suas histórias.
- Mostrar que, se eles não estiverem na Internet, seus concorrentes estarão: apelar para o espírito competitivo da profissão sempre dá certo!
O que me parece claro é que mudanças físicas são menos importantes do que alterações no ritmo do profissional, que precisa abrir sua mente e tomar a pílula vermelha. Vibrar em outra frequência. Trocar de pele.
Vale lembrar que um lado negativo da história, mas não necessário, é a demissão e o acumulo de funções.
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