Comunicação
Por um jornalismo mais preciso
Saber pesquisar em base de dados online, importar informações, criar e gerenciar seu próprio banco de dados e saber trabalhar o material- cruzando e relacionando estatísticas- é fundamental na composição de um jornalismo mais preciso.
O mero registro dos fatos, baseado em declarações oficiais e "fontes", muitas vezes carregado de sensacionalismo, nem sempre é suficiente para despertar o noticiário da monotonia e prestar um serviço ao leitor. Quase nunca o é.
Mas, a quem interessa o jornalismo investigativo?
Deveria interessar ao leitor que, em última instância, é a quem prestamos contas. Não interessa, é óbvio, a políticos, cujas regras prescrevem mostrar o "lado bom" e esconder, ou camuflar em estatísticas "torturadas", aspectos negativos de administrações públicas.
O acesso a informações públicas é um direito constitucional e é nossa tarefa fazê-lo prevalecer. Quando trabalhamos com banco de dados tornamos mais profissional o exercício de fiscalização de órgãos públicos.
Já disse aqui como vivi na prática essa mudança na editoria de polícia, quando o governo estadual passou a publicar estatísticas de segurança pública, e toda implicação política que isso passou a ter. É somente por preguiça que nos prendemos aos releases, fontes oficiais e clichês nas pautas do primeiro caderno.
EntrevistaEm entrevista à Abraji, publicada na semana passada, o jornalista espanhol José Luis Dader disse o seguinte:
No jornalismo convencional, toda afirmação ou declaração, por mais contundente que pareça, sempre pode ser respondida com outra afirmação ou declaração em sentido contrário. O jornalismo convencional mostra, mas não demonstra, e muitas vezes só mostra a parte que parece mais apetitosa ou simpática ao redator ou seu meio de comunicação. E ainda
O jornalismo de precisão, por sua vez, mediante o emprego de muitas das ferramentas dos cientistas sociais e frente às crendices populares ou do senso comum, pretende demonstrar com dados bem contrastados e estruturados os fatos e problemas sociais que muitas vezes passam despercebidos e que os poderes públicos tendem a ocultar.Hoje, com a implementação de tecnologias e maior número de base de dados online, temos condições de fazer o trabalho. Se a preguiça mental não impedir, é claro.
Sites pesquisados na última aula- Datasus
- IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
- Ipeadata
- PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)
- Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados)
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