Comunicação
OPINIÃO BAIXO CLERO: CÂMARA É FRACA PORQUE É DESPOLITIZADA
Ainda não aconteceu na atual, mas nas Legislaturas anteriores da Câmara de Londrina, volta e meia, no calor de um debate mais duro, algum vereador bradava: “não vou admitir que se faça política nessa Casa”. Para além da piada óbvia (se não for política, estariam fazendo futebol? – em que pese o esforço de alguns, ao chamar o presidente da comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol para dar explicações), a frase demonstra o nível de despolitização dos nossos políticos. Por paradoxal que pareça, a maioria dos políticos brasileiros – e na Câmara de Londrina não é diferente – é despolitizada.
Chegaram ao parlamento, não como desdobramento natural de um processo de participação na vida da sociedade, mas porque se acharam razoavelmente “famosos” ou “conhecidos” e resolveram botar o bloco na rua. Para a infelicidade geral da nação, eles vencem eleições e, sim, pior do que está fica. A falta de hábito – ou em alguns casos, aptidão – para o diálogo público se transforma, no exercício parlamentar, em projetos estrambólicos.
Colabora para isso a visão limitada que esses políticos – e boa parte da população – têm da política. A visão é de que a política só acontece no parlamento. Essa leitura provavelmente tenha origem no preconceito contra a política, reforçado no século XX pelas experiências totalitárias (nazismo, fascismo, stalinismo), como bem lembra em sua obra a filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975). De uma pretensa politização total, veio a supressão e o preconceito contra a política, assinala Hannah Arendt, cuja obra será objeto de um evento organizado pelo Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), marcado para maio.
É aí que o processo descamba: uma eleição despolitizada (mais parece um campeonato de marketing) elege políticos despolitizados. Sem resgatar a noção de política – e a dignidade dessa atividade –, não há como melhorar a qualidade política, problema que vai da Câmara de Londrina até o Congresso Nacional. Fortalecer uma cultura de participação da sociedade na resolução dos problemas coletivos já seria um grande passo.
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