Comunicação
O que os editores executivos têm a dizer sobre o futuro do jornalismo
O Editors Weblog iniciou hoje a publicação de uma série de entrevistas com editores executivos de alguns dos principais jornais do mundo (nenhum brasileiro na lista...) a respeito do futuro do jornalismo. A primeira é com o editor executivo do WashingtonPost Jim Brady (leia aqui).
Na entrevista, Brady discorda dos "nostradamus" que prevêem o fim do jornal impresso para 2014 e afirma que os grandes jornais norte-americanos - New York Times, Los Angeles Times e o próprio Post - continuarão na ativa. Por outro lado, segundo ele, o custo baixíssimo na web e os altos custos no impresso farão do jornalismo digital a única alternativa para pequenas e médias empresas nos próximos 5 anos.
Também contrariando alguns teóricos, o editor executivo não vê grandes mudanças na prática jornalística em função das novas tecnologias, mas uma nova forma de empacotar as notícias. "É apenas um modo diferente de distribuir informação", afirma, e que o jornalismo digital "nem ajusta nem altera os padrões do jornalismo".
Creio que ele esteja se referindo aos procedimentos técnicos que envolvem ética e responsabilidade na apuração e composição das matérias, porque, fora isso, novos saberes vem sendo implementados à profissão. Uma prova disso é quando Brady fala sobre a participação dos leitores, possibilitada pela internet, que ele considera uma oportunidade e, mais do que isso, "(..) envolver a audiência é crucial para nosso sucesso".
O jornalismo cidadão (ou outro nome que o chamem) também terá um papel preponderante no filé do jornalismo, nas palavras de Brady:
- Você acredita que o Era de Ouro do jornalismo investigativo é agora passado ou está apenas começando?
Dois modos de responder a isso: se você ver como anda o "staff" do jornalismo investigativo dos jornais de hoje, há muito com que se preocupar. Jornalismo investigativo é considerado um luxo que não podemos dispor. O Post possui uma unidade investigativa que pode acabar a qualquer momento. Mas, voltando à sua pergunta, se os jornalistas permitirem que os leitores, não investiguem por eles, mas que os ajudem a destacar e conseguir acesso fácil à informação, isso fará do jornalismo investigativo mais fácil do que há 15 anos, quando os jornalistas tinham que fazer dezenas de telefonemas e ir até a biblioteca pública. A habilidade dos leitores para participar da recolha de uma enorme quantidade de informações podem ajudar o jornalismo investigativo.
É o conceito de inteligência coletiva - todo mundo sabe um pouco de alguma coisa, basta conectarmos e gerenciarmos com destreza essas inteligências dispersas. Na prática, abrir a pauta na web, convidar os leitores a participarem da apuração, entender o funcionamento das redes sociais e usá-las a nosso favor.
Não é o maior barato tudo isso?
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