Comunicação
LONDRINA VOLTA A DISCUTIR CASSAÇÃO DE PREFEITO, 12 ANOS DEPOIS DE BELINATI
Na manhã desta segunda-feira, Londrina volta a deliberar sobre a cassação de um prefeito, 12 anos depois de abreviar a terceira passagem de Antonio Belinati (PP) pela Prefeitura. As trajetórias de Barbosa Neto (PDT), o segundo prefeito a enfrentar um processo de cassação na história da cidade, se cruzam, não só pela coincidência de enfrentarem o processo de cassação. Barbosa Neto, além de ter o belinatismo como berço político, só se elegeu prefeito no terceiro turno, realizado em março de 2009, porque Belinati teve o registro da candidatura cassado em outubro do ano anterior, depois de vencer o segundo turno. Se Barbosa apoiou Belinati no segundo turno, Belinati retribuiu o apoio no terceiro.
Belinati foi cassado em junho de 2000, encerrando uma crise iniciada um ano e meio antes, com as suspeitas de superfaturamento em contratos de capina e roçagem. Desenrolado o novelo, o Ministério Público descobriu cerca de 200 licitações sob suspeita de irregularidades e um rombo milionário, financiado, segundo as investigações do Ministério Público, pelo dinheiro obtido com a venda das ações da Sercomtel para a Copel, em maio de 1998 (R$ 186 milhões em valores da época). Ao contrário do seu ex-aliado, Belinati tinha maioria na Câmara. Ele enfrentou “apenas” uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) e duas Comissões Processantes (CPs). Já Barbosa, com sua bancada reduzida no Legislativo, enfrentou quatro CEIs e foi alvo de quatro pedidos de CP – só uma foi admitida pelo plenário do Legislativo.
Outra diferença considerável entre os dois episódios é o nível de mobilização da sociedade contra as denúncias de irregularidades. Em 2000, o clima de indignação era intenso na cidade, bem mais do que no processo atual. Na oportunidade, entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e Sociedade Rural do Paraná, se juntaram a movimentos sociais e de trabalhadores e representantes das igrejas católica e evangélicas no “Pés Vermelhos, Mãos Limpas”. Um dos motivos foi reforçar as investigações do Ministério Público, que corriam riscos, dado o poder político de Belinati, aliado do então governador Jaime Lener (1995-2002). Hoje a mobilização se restringe aos movimentos sociais e em momento algum o trabalho do MP se viu ameaçado.
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