Comunicação
PONTO DE FUGA - PARTE II
Ainda na linha do ponto e contraponto... No começo de Abril, o escritor Mario Prata escreveu um texto polêmico no qual afirmava que ‘não se fazem mais repórteres como antigamente’. Pois bem, agora no final do mês chegou a resposta. Essa veio do professor e jornalista José Alves Trigo. Abaixo, alguns excertos de ambos os artigos. Ao lado, o motivo de toda a discussão: o intrépido linotipo (foto do Museu da Imprensa).
“O repórter e o linotipo”, Mario Prata (O Estado de S. Paulo, 7/4/4):
“(...) Hoje o jornalista fica oito horas dentro da redação lendo press release. E dando telefonemas, mascando chicletes. (...) Ninguém sai da redação para procurar nada. O jornalismo hoje é sedentário. Nem fumar na redação pode mais. Onde já se viu um repórter sem um cigarro na boca, deixando cair a cinza no teclado? (...) Último ano de jornalismo e não saber o que fazia um linotipista é o mesmo que um formando de medicina desconhecer as mezinhas ou um advogado se formar sem saber o que á data vênia. (...) Será que as faculdades de jornalismo pedem aos seus alunos que leiam antigas edições da revista O Cruzeiro, que chegava a tirar 700 mil exemplares nos anos 60? (...) Será que eles ensinam quem foi Samuel Wainer e a revolução que ele fez na imprensa brasileira? (...) Será que alguém lá nas cátedras pode explicar que quiser não é com z? (...)”
“O estudante e o linotipo”, José Alves Trigo (Observatório da Imprensa, 27/4/4):
“(...) O telefone, e mais recentemente o email, distanciam o repórter da sua fonte e impossibilitam o contato pessoal, rico em sensações. Porém, (...) Não é mais possível um repórter viajar pelo país, como permitiam as revistas dos anos 1960 (...).Atualmente, o repórter executa duas, três ou quatro pautas em um dia, em cidades onde as dificuldades de deslocamento são cada vez maiores. (...) Um aluno deveria chegar à universidade sabendo escrever bem, especialmente aquele que opta por Jornalismo. Mas, mesmo assim, as faculdades procuram corrigir essas imperfeições e, além disso, ensinam muita reportagem e muita história da comunicação. O cigarro não torna melhor ou pior o jornalista. (...) Quanto ao conhecer o linotipo, é importante. Mas menos importante que conhecer um pixel, que muitos jornalistas desconhecem. Definição em DPIs, compressão e transmissão de arquivos e o uso de ferramentas como banco de dados são novas necessidades que se impõem aos jornalistas desta década. Ter o domínio delas é fundamental. (...)”
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CartÃo De Ponto
* A experiência de cartão de ponto em O Globo. Ponto x notícia Uma longa tradição do jornalismo foi rompida. Por exigência do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, ontem, pela primeira vez, repórteres, redatores, fotógrafos, diagramadores...
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Manual Fox Mulder Para Evitar Barriga Em Jornalismo
Manual do IG Dúvida: “Nenhuma notícia produzida pela redação do Último Segundo deve ser publicada se houver alguma dúvida sobre a sua veracidade, ainda que o jornalista acredite que a informação seja 99% certa (...) É preferível levar o furo...
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Receita De Jornalista Scholar
Jornalismo se aprende na prática. E a melhor escola é a redação. A faculdade fornece um conjunto limitado de técnicas - de apuração, organização de dados e redação - e, se tiver sorte (e interesse), aquilo que chamam de "bagagem cultural"....
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A Mancha Marrom Da Imprensa Na Cobertura Eleitoral: A GravaÇÃo Da Conversa Com O Delegado Bruno, Da Pf
Republico aqui a conversa polêmica entre jornalistas e o delegado da Polícia Federal, Edmilson Pereira Bruno (foto), na hora em que ele entregou para a imprensa o CD com as fotos do dinheiro apreendido com petistas, que seria destinado ao pagamento...
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EXISTEM OS QUE FAZEM E OS QUE ENSINAM ?
Reproduzo abaixo alguns excertos do artigo "Professores de jornalismo nas redações", de Antonio Brasil, publicado no Comunique-se (30/04/04):
# “Você tem dois tipos de jornalistas. Os que fazem jornalismo...
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