Tostines do Cristovam
Comunicação

Tostines do Cristovam


por Mylton Severiano*
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Graciliano Ramos disse que o comunismo não pega no Brasil porque o povo não sabe o que significa "uni-vos". Mas por que me lembrei disso? Ah, sim. Trabalho na campanha de Cristovam Buarque e, num dos vinte livros que publicou, Revolução nas Prioridades, leio sobre os erros da esquerda em 1964: falta de sintonia com os desejos populares; defesa da "ditadura do proletariado em um país sem proletariado e para uma população ansiosa por democracia"; pregação do materialismo "para um povo fortemente espiritualista"; assim "as elites oligáquicas de direita" venceram, mas o golpe veio por "responsabilidade de todos". E herdamos um país mergulhado no ignorantismo.
Este engenheiro pernambucano, doutorado em economia na Sorbonne, foi reitor da Universidade de Brasília, governador do Distrito Federal, ministro da Educação de Lula; é senador e candidato à presidência pelo PDT, Partido Democrático Trabalhista, fundado por Brizola. Criou a Bolsa Escola, da qual deriva a Bolsa Família, mas atenção: Bolsa Escola "paga" à mãe pobre para cuidar que os filhos vão às aulas; Bolsa Família apenas "dá" dinheiro. Ele partiu de um tostines: é pobre porque não estudou ou não estudou porque é pobre? A Bolsa Escola rompe o círculo vicioso.
Tem um projeto de nação: revolução pela educação. Exemplifica com países como a Coréia do Sul, que era mais atrasada que nós, investiu pesado em educação, e entrou para o time dos desenvolvidos. Contudo, não faltam bobocas que ironizem, chamando-o de "candidato de uma nota só". No país em que as elites se refestelam à custa do ignorantismo, falar em revolução, e pela educação, é subversão. Graciliano diria que Cristovam não pega porque o povo não sabe o que é "federalização". Ele exemplifica com o Banco do Brasil: as agências têm boa aparência, são bem equipadas e os funcionários, contratados por concurso federal, ganham o mesmo salário em todo o país. Por que não "federalizar" as escolas? Mas pobre do país em que se propõe uma revolução pela educação e os jornalistas perguntam: "Quanto custará fazer isso?" Ele responde com outra pergunta: "Quanto custará não fazer?" E propõe outro tostines pra você pensar:
"O Brasil vai ser educado quando ficar rico ou vai ficar rico quando for educado?"
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*publicado na Caros Amigos de Setembro



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