TEATRO DO OPRIMIDO - ESCLARECIMENTO
Comunicação

TEATRO DO OPRIMIDO - ESCLARECIMENTO


A jornalista Soraia Carvalho divulgou a seguinte nota, em resposta à nota da Fábrica do Teatro do Oprimido, publicada na última quarta-feira neste blog.

Segue a íntegra da nota:

Diante da “Questão de Esclarecimento” da Coordenação da Fábrica do Teatro do Oprimido sou obrigada a também esclarecer alguns pontos:

1) Aparentemente a nota é uma resposta ao e-mail em que denunciei um fato ocorrido na Casa do Teatro do Oprimido. Aparentemente, porque a resposta, na verdade, foi muito mais motivada por pressões políticas do que por meu e-mail que apenas relatava algumas situações de opressão, sem acusar a FTO de absolutamente nada.

E-mail enviado no dia 29 de setembro de 2009.

A reitoria insiste em tratar a ocupação da Casa do Estudante do Centro como caso de polícia. Hoje 5 estudantes foram presos e agredidos pela polícia militar e pelotão de choque ao tentarem impedir que a Sanepar, com uma retro-escavadeira, cortasse a água da Casa.
Tal medida foi orquestrada pela reitoria para quebrar a resistência estudantil. Apesar das prisões, do corte da água e do iminente corte de luz, a ocupação continuará. O apoio de todos é fundamental.
A permanência dos moradores que não passaram no processo seletivo (que ao que tudo indica teve erros administrativos e elementos de perseguição política) se dá desde maio de 2009. A luta dos estudantes e apoiadores é contra a redução das vagas da moradia (a promessa era que fossem 140 vagas no campus, que se transformaram em 80) e em defesa do direito universal à educação, o que implica na garantia de acesso e permanência com alimentação, moradia, transporte, etc.
Envio em anexo o jornal elaborado pelos moradores da Casa em junho de 2009.
É fundamental que combatamos cada manifestação da repressão e criminalização dos movimentos sociais, pobreza e juventude.

abraços

Soraia

PS: Só como ilustração de como a repressão só avança em Londrina:
Hoje, na Casa do Teatro do oprimido, estava reunido um grupo de dança, aberto à comunidade, um vereador da cidade (Rodrigo Gouvea) acusado de corrupção foi até lá "visitar" o projeto. Um dos presentes referiu-se às acusações contra o vereador, mostrando que não era bem vindo. Imediatamente foi levado para fora do espaço e ameaçado por seguranças e pelo vereador, que queria processá-lo. Isto ocorre em meio à defesa de projetos como o toque de recolher para adolescentes, criação da Guarda Municipal e de um "Serviço Secreto" do município, a Secretaria Municipal de Defesa Social, diretamente vinculado ao prefeito, encarregado de detectar potenciais ameaças e coletar dados.

2) Curiosamente, diante de várias denúncias de opressão, a FTO não se posiciona em relação a nenhuma, apenas busca descaracterizar a repressão que ocorreu na Casa do Teatro do Oprimido e deforma os fatos.

3) A motivação do meu e-mail foi apenas a indignação diante da generalização e naturalização da repressão.

4) Causa espanto ver as manobras da Coordenação da FTO para desqualificar minha denúncia: diz que eu menti ao dizer que o vereador Rodrigo Gouvêa visitou o projeto, sendo que na prática visitou. Não afirmei que visitou para conhecer o projeto ou que tenha sido convidado, mas sim que ele esteve lá, e isto é fato. Pouco importa se foi pra uma atividade da “Rai Produções Artísticas”.

5) O rechaço a políticos acusados de envolvimento com corrupção é algo comum, sobretudo entre os oprimidos. É natural que aqueles se se sentem roubados se indignem, e foi isso que ocorreu na CTO. Foi algo espontâneo. O autor do comentário foi reprimido, ameaçado de ser processado e preso. Se isto não é violência, gostaria de saber qual é o novo conceito utilizado pela Coordenação da FTO.

6) Em momento algum falei de seguranças da FTO. Denunciei a ação de homens que acompanhavam o vereador, um deles identificou-se como alguém que trabalhava na penitenciária, chamei de seguranças, mas não sei ao certo o que são, se são capangas, amigos, etc. mas o relato que recebi no dia 29 de setembro dizia que eram seguranças.

7) O repúdio da Coordenação da FTO não ficou muito claro. Diz que repudia “todo e qualquer tipo de iniciativas que ‘contamine’ o andamento dos projetos da Fábrica de Teatro do Oprimido. (...) A isso se inscreve a politicagem clientelista de direita e a militância de esquerda esvaziada de sentido político.” A carta é uma resposta ao meu e-mail, seria insano me acusar de “politicagem clientelista de direita”, isso caberia melhor nos vereadores que a coordenação convida, na nota de esclarecimento (ponto 3.1), para visitarem a Casa do Teatro do Oprimido. Gostaria de entender melhor: a Coordenação da FTO considera a denúncia de repressões como “militância de esquerda esvaziada de sentido político”?

Sem mais, coloco-me à disposição para demais esclarecimentos.

Atenciosamente,

Soraia de Carvalho



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