Repórter em zona de conflito recebe treinamento
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Repórter em zona de conflito recebe treinamento


No final de semana, depois da divulgação do seqüestro e tortura sofrida pela equipe de repórteres de O Dia por policiais militares, ocorrida em uma favela no Realengo, zona oeste do Rio, durante reportagem sobre as milícias, entidades como ABI (Associação Brasileira de Imprensa), ANJ (Associação Nacional dos Jornalistas), SJPMRJ (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro) e Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) publicaram notas de agravo, cobrando apuração das autoridades.

O crime acontece em um momento simbólico: hoje fazem exatos seis anos da morte de Tim Lopes.

Segundo levantamento feito pela Revista Imprensa, publicado em fevereiro, 42 jornalistas foram mortos no Brasil entre 1982 e 2007. De acordo com a contagem do Repórteres Sem Fronteiras, este ano são 14 mortos em todo mundo, sete deles no Iraque, a guerra que mais matou jornalistas. Em 2007, foram 87 vítimas.

O risco é mais comum do que se imagina, principalmente para repórteres investigativos e que cobrem a área de segurança pública. Para estudantes, a exposição a situações de risco é um dos motivos para não se interessarem pelo jornalismo investigativo (desconfio que a preguiça seja o principal).

Quando o repórter precisa coletar informações em uma situação que envolve perigo, o procedimento é avisar a direção do jornal. Mas, em geral, o profissional não recebe preparo adequado. O que fazer em caso de emergência?

Equipes precisam receber treinamento específico. O investimento é uma espécie de seguro para os profissionais e para a empresa. Existem cursos específicos para jornalistas em zonas de conflito, obrigatório entre correspondentes de guerra, que incluem:
O código de conduta para jornalistas em zonas de conflito da INSI (International News Safety Institute) determina:
Outras recomendações:
Para terminar, a equipe de O Dia, ao ser libertada pelos algozes, teve receio de registrar queixa na delegacia mais próxima. Afinal, os bandidos eram policiais. Como dizia aquela música de Chico Buarque, chame o ladrão!

Órgãos de defesa:
IFJ (International Federation of Journalists)
INSI (International News Safety Institute)
Repórteres em Fronteiras
UNESCO

Leia também:
Relatório de jornalistas mortos em 2007 (em inglês)
Handbook for journalists (UNESCO)
Mataram o Mensageiro: o grave custo da informação (em espanhol)

Blog:
Jornalismo em Segurança

Filme:
O Preço da Coragem (A Mighty Heart)

Matérias sobre o caso:
Portal Imprensa
Comunique-se
Observatório da Imprensa
Folha
Estadão

Foto: AFP/Patrick Baz



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