OPINIÃO BAIXO CLERO - A ELEIÇÃO DOS POTES DE MARGARINA
Comunicação

OPINIÃO BAIXO CLERO - A ELEIÇÃO DOS POTES DE MARGARINA


Marcelo Belinati (PP) e Alexandre Kireeff (PSD) chegam à reta final da campanha com discursos idênticos. Troca-se uma palavra aqui, outra acolá e os bordões usados por ambos, escudados no marketing político e em pesquisas qualitativas que os assemelham a potes de margarina tentam levar ao eleitor aquilo que ele gostaria de ouvir.

O problema é que nesta segunda-feira, quando Londrina acordar com o novo prefeito eleito, um deles voltará da viagem ao maravilhoso mundo do horário eleitoral para a vida real. E na vida real, tudo é diferente. Ninguém vai dormir no Brasil e acordar na Suíça prometida pelos candidatos – a menos que se entre num avião.

O problema é que os candidatos são duas incógnitas. Marcelo Belinati encerrou a campanha sem mostrar no rádio e na televisão o principal fiador político da sua candidatura, seu tio e ex-prefeito Antonio Belinati (PP). Kireeff não fala sobre o monopólio que sua família exerceu no transporte coletivo da cidade, com grande prejuízo para os usuários.

Se no momento em que pedem votos eles escondem tais informações, nada indica que, uma vez eleitos, entregarão as promessas que adoçaram [excessivamente] o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão neste segundo turno. Problemas à parte, um deles será eleito e eleito democraticamente. Não há como negar a legitimidade da decisão que será tomada pelo eleitorado.

Fragilidades dos candidatos à parte – e elas existem e são muitas e grandes, já que não é possível nesse momento separar o que é marketing político do que é a personalidade real do candidato –, não existe fórmula mágica: a única forma de melhorar a qualidade da administração pública é o controle social. É preciso que a sociedade assuma a agenda da cidade e a interlocução com o poder público, até para que o discurso tecnocrático e que em alguns momentos flerta com o autoritarismo, seja domado pela soberania popular. Não só a soberania que será traduzida hoje em votos, mas a que deve ser exercida cotidianamente e quem como diria Rousseau, é inalienável.



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