Comunicação
A vitória do projeto de lei que proíbe o uso de radares móveis para fiscalizar o trânsito em Londrina, além de retrocesso, é uma vitória do discurso da suposta existência de uma “indústria da multa”. Quem anda pelas ruas não só de Londrina, como de todas as cidades brasileiras, sabe que o que existe em escala industrial são as infrações. O discurso da indústria da multa é irmão gêmeo do “jeitinho brasileiro”. Ele forma um “cidadão” (as aspas são propositais) que só aceita cumprir as regras quando está sob vigilância. Trata-se de um cidadão que está longe de atingir a maioridade, no sentido que Kant dá a ela no texto “A resposta à pergunta o que é esclarecimento”. O cidadão “menor” só aceita voz de comando, não toma uma atitude (como por exemplo, seguir as leis de trânsito) porque acredita que essa é a melhor decisão a ser tomada.
Mas o discurso da indústria da multa e da proibição dos radares móveis não sairia vitorioso na Câmara se não fosse a contribuição valiosa da gestão Barbosa Neto (PDT)/André Nadai à frente da CMTU. A CMTU, que já é alvo de investigações por conta dos serviços de limpeza e que está destruindo a coleta seletiva, acaba de gestar o escândalo das multas. E o principal efeito colateral dessa crise é a erosão da credibilidade da multa. Até vereadores que eram contra o projeto que proíbe radares móveis mudaram de ideia. Confessaram pública ou reservadamente que não dá para admitir que um volume alto de recursos gerado pelas multas fique à disposição, sem saber onde esses recursos são aplicados. E, principalmente, não dá para deixar um mecanismo forte, que teria potencial para educar os motoristas, nas mãos de uma diretoria da CMTU que já não tem mais condições políticas de continuar à frente de um órgão tão importante.
Essa é a herança (maldita, diga-se) que a gestão Barbosa Neto está deixando para o trânsito em Londrina. Para reverter ou pelo menos atenuar essa herança, só mudando a diretoria e levando à CMTU uma transparência que nunca existiu na gestão Barbosa Neto/André Nadai – o que é improvável que aconteça nesse momento. Só assim para começar a falar sério a respeito de trânsito em Londrina.
- Geirinhas Prestigiado
No seu perfil no Facebook, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) prestigiou o presidente da CMTU, Carlos Geirinhas, pela colocação de agentes de trânsito da Companhia para amenizar os gargalos no tráfego nos horários de pico. "Gostei de saber que a...
- A Crise Das Multas E O "imexÍvel"
A crise das multas coloca em xeque a credibilidade de um importante instrumento de política para o trânsito. A multa pune, mas também pode ser educativa. Se há suspeitas de que multas são canceladas indevidamente, o instrumento fica sob suspeita....
- Pm Critica Projeto Contra Radares MÓveis
O porta-voz do 5 Batalhão da Polícia Militar, capitão Ricardo Eguedis, comparou o número de homicídios ao de mortes o trânsito em Londrina. Segundo ele, os dois números se equiparam. Eguedis fala neste momento aos vereadores sobre o projeto de...
- Para Dalben, O Que Existe É A "indÚstria Da Morte"
O diretor de Trânsito da CMTU, Sérgio Dalben, disse que os casos devem ser analisados isoladamente. Ele afirmou que no caso da CMTU há legislação que dá competência à Companhia para fiscalizar o trânsito, convênio da Prefeitura de Londrina com...
- Garcia Retoma O Discurso Da "indÚstria Da Multa"
Joel Garcia (PDT) também retomou o velho discurso da “indústria da multa”, que volta e meia aparece nas discussões sobre as infrações no trânsito. Para sustentar seu discurso, o pedetista usou levantamento obtido junto à CMTU sobre o volume...
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FALA SÉRIO, PREFEITO!
A vitória do projeto de lei que proíbe o uso de radares móveis para fiscalizar o trânsito em Londrina, além de retrocesso, é uma vitória do discurso da suposta existência de uma “indústria da multa”. Quem anda pelas ruas não só de Londrina, como de todas as cidades brasileiras, sabe que o que existe em escala industrial são as infrações. O discurso da indústria da multa é irmão gêmeo do “jeitinho brasileiro”. Ele forma um “cidadão” (as aspas são propositais) que só aceita cumprir as regras quando está sob vigilância. Trata-se de um cidadão que está longe de atingir a maioridade, no sentido que Kant dá a ela no texto “A resposta à pergunta o que é esclarecimento”. O cidadão “menor” só aceita voz de comando, não toma uma atitude (como por exemplo, seguir as leis de trânsito) porque acredita que essa é a melhor decisão a ser tomada.
Mas o discurso da indústria da multa e da proibição dos radares móveis não sairia vitorioso na Câmara se não fosse a contribuição valiosa da gestão Barbosa Neto (PDT)/André Nadai à frente da CMTU. A CMTU, que já é alvo de investigações por conta dos serviços de limpeza e que está destruindo a coleta seletiva, acaba de gestar o escândalo das multas. E o principal efeito colateral dessa crise é a erosão da credibilidade da multa. Até vereadores que eram contra o projeto que proíbe radares móveis mudaram de ideia. Confessaram pública ou reservadamente que não dá para admitir que um volume alto de recursos gerado pelas multas fique à disposição, sem saber onde esses recursos são aplicados. E, principalmente, não dá para deixar um mecanismo forte, que teria potencial para educar os motoristas, nas mãos de uma diretoria da CMTU que já não tem mais condições políticas de continuar à frente de um órgão tão importante.
Essa é a herança (maldita, diga-se) que a gestão Barbosa Neto está deixando para o trânsito em Londrina. Para reverter ou pelo menos atenuar essa herança, só mudando a diretoria e levando à CMTU uma transparência que nunca existiu na gestão Barbosa Neto/André Nadai – o que é improvável que aconteça nesse momento. Só assim para começar a falar sério a respeito de trânsito em Londrina.
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- Geirinhas Prestigiado
No seu perfil no Facebook, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) prestigiou o presidente da CMTU, Carlos Geirinhas, pela colocação de agentes de trânsito da Companhia para amenizar os gargalos no tráfego nos horários de pico. "Gostei de saber que a...
- A Crise Das Multas E O "imexÍvel"
A crise das multas coloca em xeque a credibilidade de um importante instrumento de política para o trânsito. A multa pune, mas também pode ser educativa. Se há suspeitas de que multas são canceladas indevidamente, o instrumento fica sob suspeita....
- Pm Critica Projeto Contra Radares MÓveis
O porta-voz do 5 Batalhão da Polícia Militar, capitão Ricardo Eguedis, comparou o número de homicídios ao de mortes o trânsito em Londrina. Segundo ele, os dois números se equiparam. Eguedis fala neste momento aos vereadores sobre o projeto de...
- Para Dalben, O Que Existe É A "indÚstria Da Morte"
O diretor de Trânsito da CMTU, Sérgio Dalben, disse que os casos devem ser analisados isoladamente. Ele afirmou que no caso da CMTU há legislação que dá competência à Companhia para fiscalizar o trânsito, convênio da Prefeitura de Londrina com...
- Garcia Retoma O Discurso Da "indÚstria Da Multa"
Joel Garcia (PDT) também retomou o velho discurso da “indústria da multa”, que volta e meia aparece nas discussões sobre as infrações no trânsito. Para sustentar seu discurso, o pedetista usou levantamento obtido junto à CMTU sobre o volume...