Comunicação
Google como ferramenta de apuração de matérias? Retorno dos copidesques às redações? Wikipédia, Second Life e Web 2.0.? Se você acha isso tudo estranho é porque ainda não mergulhou no universo do jornalismo digital e on-line. Em entrevista exclusiva ao Reunião de Pauta, Pollyana Ferrari dá as dicas para quem quer se preparar para encarar, sem medo, o futuro da profissão. Professora da PUC-SP, autora do livro "Jornalismo Digital" (Contexto) e do projeto "Remix Narrativo" (http://www.remixnarrativo.com.br), Pollyana foi uma pioneira na área, como criadora do site "Época On-line" e diretora do portal IG. Leia a seguir a entrevista:
Reunião de Pauta: Na sua opinião, como os cursos de jornalismo no Brasil devem preparar uma grade curricular objetivando preparar o aluno para o mercado em novas mídias? Devem investir mais na interdisciplinaridade ou na prática laboratorial, por exemplo?
Pollyana Ferrari: Acho que nas duas frentes. Vejo um curso anual, sendo 50% de leitura sobre temas que vão de navegação, usabilidade, discussão sobre cibercultura, narrativas colaborativas, wiki, imersão, second life, avatares, web 2.0, etc; e mais 50% em laboratório, produzindo em diversos formatos (portal, revista eletrônica - tipo slate- , blog e podcast).
RP: Como as mídias digitais devem afetar o ensino de jornalismo em veículos tradicionais, como jornal impresso, rádio e TV?
Pollyana: Elas afetam diretamente, não na praxis da linguagem, mas no processo de apuração, checagem e pesquisa de fontes. Não podemos deixar de ensinar a pesquisar no google em sala de aula, por exemplo. Isso faz parte hoje do processo de apuração. Não é mais um suporte, como era o Word, mas um ferramental de trabalho.
RP: Atualmente, quais linguagens e softwares básicos o jornalista deve dominar para trabalhar na Web?
Pollyana: Ainda insisto, apesar de parecer dinossáurico, que o jornalista tem que ter noções básicas de HTML, para na hora que o publicador sair do ar, ele ser capaz de abrir o bloco de notas e parir sua matéria com título, links, imagens, enfim, ele tem que saber o mínimo - até para poder incrementar melhor o próprio blog, por exemplo. DreamWeaver, Photoshop, Flash (noções básicas) tornam-se necessários no dia-a-dia, bem como o manuseio de câmeras digitais nas saídas para realização de reportagens.
RP: Jornalistas de redação on-line "sujam os pés de barro", quer dizer, saem da redação para apurar notícias ou são copidesques profissionais?
Pollyana: Acabam mais copidesques profissionais, trabalhando em textos vindos das agências internacionais como a Reuters, que hoje fornece no Brasil para o IG, Yahoo, Terra e UOL. Mas acho que não precisamos abandonar totalmente o trabalho em campo. É bom estimular, por exemplo, um bom perfil feito em horas de entrevista frente a frente com o entrevistado.
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Uma das pioneiras em jornalismo on-line no Brasil, a jornalista, pesquisadora e professora da PUC-SP vem à UNAERP dia 28 de março para a Semana de Comunicação, falar sobre o futuro da profissão em tecnologias digitais. Ela é autora de nosso conhecido...
Comunicação
Entrevista com Pollyana Ferrari
Google como ferramenta de apuração de matérias? Retorno dos copidesques às redações? Wikipédia, Second Life e Web 2.0.? Se você acha isso tudo estranho é porque ainda não mergulhou no universo do jornalismo digital e on-line. Em entrevista exclusiva ao Reunião de Pauta, Pollyana Ferrari dá as dicas para quem quer se preparar para encarar, sem medo, o futuro da profissão. Professora da PUC-SP, autora do livro "Jornalismo Digital" (Contexto) e do projeto "Remix Narrativo" (http://www.remixnarrativo.com.br), Pollyana foi uma pioneira na área, como criadora do site "Época On-line" e diretora do portal IG. Leia a seguir a entrevista:
Reunião de Pauta: Na sua opinião, como os cursos de jornalismo no Brasil devem preparar uma grade curricular objetivando preparar o aluno para o mercado em novas mídias? Devem investir mais na interdisciplinaridade ou na prática laboratorial, por exemplo?
Pollyana Ferrari: Acho que nas duas frentes. Vejo um curso anual, sendo 50% de leitura sobre temas que vão de navegação, usabilidade, discussão sobre cibercultura, narrativas colaborativas, wiki, imersão, second life, avatares, web 2.0, etc; e mais 50% em laboratório, produzindo em diversos formatos (portal, revista eletrônica - tipo slate- , blog e podcast).
RP: Como as mídias digitais devem afetar o ensino de jornalismo em veículos tradicionais, como jornal impresso, rádio e TV?
Pollyana: Elas afetam diretamente, não na praxis da linguagem, mas no processo de apuração, checagem e pesquisa de fontes. Não podemos deixar de ensinar a pesquisar no google em sala de aula, por exemplo. Isso faz parte hoje do processo de apuração. Não é mais um suporte, como era o Word, mas um ferramental de trabalho.
RP: Atualmente, quais linguagens e softwares básicos o jornalista deve dominar para trabalhar na Web?
Pollyana: Ainda insisto, apesar de parecer dinossáurico, que o jornalista tem que ter noções básicas de HTML, para na hora que o publicador sair do ar, ele ser capaz de abrir o bloco de notas e parir sua matéria com título, links, imagens, enfim, ele tem que saber o mínimo - até para poder incrementar melhor o próprio blog, por exemplo. DreamWeaver, Photoshop, Flash (noções básicas) tornam-se necessários no dia-a-dia, bem como o manuseio de câmeras digitais nas saídas para realização de reportagens.
RP: Jornalistas de redação on-line "sujam os pés de barro", quer dizer, saem da redação para apurar notícias ou são copidesques profissionais?
Pollyana: Acabam mais copidesques profissionais, trabalhando em textos vindos das agências internacionais como a Reuters, que hoje fornece no Brasil para o IG, Yahoo, Terra e UOL. Mas acho que não precisamos abandonar totalmente o trabalho em campo. É bom estimular, por exemplo, um bom perfil feito em horas de entrevista frente a frente com o entrevistado.
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O Portal IG lançou o Manual de Redação do Último Segundo, o jornal eletrônico do IG. O documento, disponibilizado em PDF, possui 37 páginas e reúne as regras de estilo visual do jornal, os princípios editoriais e processos e padrões utilizados...
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