Comunicação
Entre Gastos e Investimentos
O cosmonauta brasileiro, Marcos Pontes, desembarcou ontem, às 20h47m (horário de Brasília) no Cazaquistão após sua estada na Estação Especial Internacional (EEI). A jornada do primeiro brasileiro a ir ao espaço parece ter comovido a imprensa de forma tal que se tem a impressão de estarmos vivendo realmente um momento histórico dos mais relevantes no país.
Certamente é um momento histórico. O mérito do tenente-coronel Pontes não pode ser minimizado, uma vez que passou oito anos na Nasa, preparando-se e, o mais relevante, contribuindo para o desenvolvimento científico, o que não se resume a pairar em um ambiente sem gravidade. Mas por que a louvação a esse único e exclusivo fato que tanto tem empolgado a mídia?
Aos críticos simplistas quanto a ida do cosmonauta à EEI, bem caberia objetar que no Brasil não se trata ciência e educação de forma séria, uma vez que investimentos nessas áreas não trazem resultados imediatos, daí os ataques à viagem de Pontes. São os eternos descontentes, que também não vêem proveito algum na literatura, tanto mais na exploração do espaço. Ressalto desde já que não é o meu caso.Mas justamente o contrário.
Em 1997 o Brasil assinou um acordo no qual se comprometia a colaborar para o desenvolvimento da EEI, com a construção de seis equipamentos para a estação, e por meio dele o país teria o direito de utilização de uma cota das instalações internas ou externas da estação para realização de experimentos científicos nas áreas de biologia, ecologia, física e fluidos tecnológicos, com o desenvolvimento de materiais para a observação da Terra e meteorológicos.
A participação brasileira era a marca do único país em desenvolvimento no projeto. Para tanto seriam necessários investimentos, um montante de US$ 120 milhões, quantia consideravelmente maior que os US$ 10 milhões gastos na viagem de Marcos Pontes. A diferença é que a ida de Pontes é um gasto. O investimento na produção de tecnologia é isso mesmo, investimento.
O Brasil, como o leitor já deve suspeitar, não cumpriu o acordo. Em 2003, a Nasa propôs um novo contrato, que diminuía a participação do país. Pontes teve que partir de carona na Soyuz. Os russos vão investir os US$ 10 milhões pagos pelo Governo Brasileiro no desenvolvimento tecnológico e científico de seu país.
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