CÂMARA RETIRA "PROJETO DO ANGELONI" DE PAUTA
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CÂMARA RETIRA "PROJETO DO ANGELONI" DE PAUTA


Depois de mais de duas horas de discussão uma manobra regimental forçou a retirada de pauta por uma semana do projeto de lei de autoria do vereador Rony Alves (PTB), adequando o zoneamento do terreno no qual o supermercado Angeloni pretende construir a sua segunda loja em Londrina. O motivo da retirada de pauta foi uma emenda apresentada por Jamil Janene (PP), que precisa ser apreciada pela Comissão de Justiça – o prazo é de 7 dias. Enquanto isso, Alves deve realizar uma reunião na próxima sexta-feira com os moradores da Gleba Palhano, que estiveram ontem na Câmara para pedir a realização de uma audiência pública, com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o texto, que tramita na Casa desde o ano passado.

Dos 22 mil metros quadrados comprados pela empresa, 15 mil tem zoneamento comercial 3 (ZC 3) e outros 7 mil tem zoneamento residencial 4 (ZR-4). A lei prevê que o zoneamento menor prevaleça quando os dois terrenos são juntados, daí a necessidade de mudança no zoneamento. O projeto de Alves prevê a alteração para zoneamento comercial da rua que ficará nos fundos do supermercado, a Ulrico Zinglio (a frente fica para a avenida Madre Leônia Milito.

Alguns moradores do bairro levaram uma faixa para as galerias com críticas contra a mudança de zoneamento. De acordo com Jamil Janene, que falou em nome deles, a reunião realizada na noite de segunda-feira foi bem mais ampla.

Além da batalha regimental, o embate de ontem na Câmara ganhou, nas entrelinhas, ares de disputa comercial entre supermercados. “A [lei da] muralha caiu só no papel, ela não caiu para alguns vereadores e órgãos de imprensa. Na prática alguns ainda tentam ressuscitar a muralha”, disparou Alves. “Estou admirado, nunca vou votar contra ouvir a população. Mudou a Câmara, mudou a administração de Londrina... não quero entrar no mérito, mas os moradores têm que ser ouvidos”, devolveu Jamil Janene.

O vereador do PP apresentou um substitutivo que, embora ele tenha negado que a intenção seria retardar a votação, na prática atrasou o debate. O substitutivo apresentado por Jamil Janene, na prática, veta a entrada de caminhões para carga e descarga pela rua Ulrico Zinglio. Ele propôs que esse trabalho seja feito pela avenida Madre Leônia Milito. “É um pedido dos moradores”, justificou.

O engenheiro Nelson Vicente, que foi contratado pelo Angeloni para fazer o projeto do supermercado, afirmou que a sugestão para a entrada de carga e descarga pela Ulrico Zuinglo foi sugerida pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). Ele reclamou a demora nas mudanças de zoneamento está atrasando a instalação do Angeloni na cidade. “Maringá inaugura amanhã a loja e lá o terreno foi comprado dois meses depois da compra do terreno de Londrina [em 2010]”, reclamou.

Já os moradores da Gleba Palhano, que foram representados no plenário por Alessandra Resquetti e Misael Domingues, bateram na tecla da realização de uma audiência pública sobre o assunto. Eles protocolaram uma carta com esse pedido no dia 28 de março, uma dia depois de a Comissão de Justiça ter dado parecer favorável à continuidade da discussão do projeto.



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