Ainda sobre o desaparecimento dos jornais
Comunicação

Ainda sobre o desaparecimento dos jornais


Aproveitando o lançamento do livro de Philip Meyer, o Digestivo Cultural faz uma promoção: distribuirá 5 livros para as melhores respostas para a questão: Você acha que os jornais podem acabar? Por quê?

Raramente me animo a participar destas coisas, mas resolvi escrever, empolguei e a resposta ficou até legal. Resolvi reproduzi-la aqui:

O que é o tão falado jornal? Tradicionalmente, uma publicação em papel e diária, com conteúdo essencialmente jornalístico, produzido majoritariamente por jornalistas graduados, vendido por um preço baixo (mas inacessível para muitos) e sustentado por publicidade.

Pois bem: desde o advento da comunicação de massa a periodicidade diária deixou de ser a regra. O "tempo real" atropela nossas coberturas, o que não significa que não possamos cotinuar nos organizando no ciclo diário. O conteúdo jornalístico há muito já não é especialidade dos "jornais" - além disso, jornalismo e entretenimento se misturam cada vez mais, independente do suporte.

O monopólio dos jornalistas, que nunca foi benéfico para o interesse público, foi relativizado ainda mais pelas novas tecnologias e pelo crescente índice de alfabetização, especialmente em um país como o Brasil. Jornais pagos dão lugar aos gratuitos, ou quase isso, aproximando do texto escrito (ainda que em pequenas porções) um público acostumado apenas com imagens. Consequencia: a circulação dos jornais em todo o mundo, inclusive no Brasil, cresce. Sustentados por publicidade, cada vez mais.

E o papel? Sinceramente, pouco me importa o papel. Espero ler matérias, reportagens, entrevistas, charges, artigos, crônicas e outros gêneros, em papel, monitor ou qualquer um dos inúmeros dispositivos que serão lançados nos próximos anos.

O sagrado jornal, acredito, já nem existe mais. Pensando assim, terá vida longa...



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